terça-feira, 29 de agosto de 2006

A Clonagem Humana



Este país à beira-mar plantado, paraíso de muitos séculos de história, Nação de aventureiros e poetas...a que chamamos de Portugal!
Todos nós já ouvimos falar de clonagem...todos conhecemos a ovelha Dolly. Todos temos, mais ou menos, uma ideia, uma opinião minimamente formada relativamente a isto. MAS...não se iludam, não venho falar cientificamente...pelo contrário, venho por este meio, escrever puramente no senso-comum. Todavia não é sobre este tipo de clonagem, mas sim sobre outro tipo de clonagem humana que, em Portugal tem surgido de rompante. Do qual poucos falam, mas que salta à vista de todos.
Somos um país de imensas qualidades, de imenso valor, de imensa história, de imensa cultura, mas...somos pequeninos.
Infelizmente, no meu ponto de vista, esta pequenez repercute-se muitas vezes na nossa maneira de pensar e agir. Muitas vezes somos considerado como um povo entre o depressivo e o deixa-andar, por cá existe de tudo. Não sei se dá vontade de chorar ou chorar a rir!
Lembro-me há uns anos, aquando do Big Brother, este concurso televisivo surgiu mencionado em livros escolares, tal era o fenómeno de audiências que, já que os portugueses pouco ou nada leêm, mais vale chamar a atenção dos alunos para o estudo através de algo que lhes chame a atenção (redundância propositada!). Isto, se bem me lembro, mais ou menos na mesma altura em que queriam retirar Camões do ensino...já agora podíamos introduzir a escritora Margarida Rebelo Pinto como objecto de estudo, sendo uma das mais conceituadas autoras, uma best-seller em Portugal, pouca ou nenhuma diferença fará que se autoplagie, certo?! Ahhhh esperem...há pouco referi Portugal como um país de muita cultura, pelo desculpa pelo sarcasmo então!
Continuando, e não querendo ofender ninguém, como é óbvio...Portugal, como todos nós sabemos, tem um grande incentivo à cultura. Tanto que o nosso orçamento para a Educação decresce anualmente, que se encerram escolas, que existem milhares de cursos que dão exactamente para Nada...tanto que se ouve há anos os debates sobre os downloads de músicas que prejudicam gravemente os compositores, grupos musicais ou os cantores...tanto que os livros estão cada vez mais caros, mas é com muita surpresa que se assiste aos números que remetem os portugueses para os que menos leêm. Mas será que alguém se lembrou que talvez o decréscimo anual de vendas de cd's e livros não se deva ao desinteresse geral, mas ao facto de a cultura estar cada vez mais cara?! E isso, não é culpa de Todos os portugueses, por certo!

Novamente...continuando...

O problema da nossa pequeneza passa pelo facto de, por exemplo, a nossa televisão [refiro-me aos 4 canais], na minha modesta opinião, regredir a olhos vistos. Temos uma estação privada que em nome do catolicismo começa a emitir para o povo português. No entanto, passados uns anos, exibe sim violência quase pornográfica que tem o seu interesse como é óbvio. Sobretudo para um povo que aparece na revista internacional Time por motivos de força maior ocorridos em Bragança...isto vem ajudar. Claro! Temos outro canal ainda que planta jardins por esse país fora, com flores belas que animam as crianças e quase as transformam em robôs programados para cantar todas as músicas, dançar todas as coreografias e fazer o bem como se vê na televisão. Mas continua por aí...porque não basta os pais não discernirem entre ficção e realidade há que dar espectáculos por esse país fora, nas terreolas que não vêm no mapa, mas que faz as crianças felizes. Claro...e isto nem é marketing do mais fraco possível!! Fazer lavagens cerebrais a crianças que mal sabem escrever mas que sabem cantar na perfeição (ahhh esperem...isto é suposto ser bom para o desenvolvimento certo?! Peço desculpa novamente!), e que se vestem iguais umas às outras!!! Repito...que se vestem iguais umas às outras...(é suposto ser normal?!!?)
É isto que eu chamo de verdadeira clonagem humana!
Para mim, isto é que é verdadeiramente preocupante! E que acontece com quase tudo que se torna moda em Portugal... seja com o Noddy (e no carnaval andava tudo vestido de igual, tanto pequenos como graúdos, parecia que tínhamos sido atacados por um virús qualquer...), seja Chantilly&Morangos, seja Belas&Flores...you name it!!
A verdade, na minha opinião, é que enquanto que nos países desenvolvidos se promove a cultura nas suas mais variadas formas: seja dança, arte, música, literatura..., a educação, os desportos (para além do futebol!)...
....nos países em vias de desenvolvimento, observamos uma cultura de massas caótica, desinteressada, igual. Não sei o que é pior...não ter cultura nenhuma, ou ter e ninguém querer saber dela para nada!!
O que mais me choca é que continuemos a nos conformar com este tipo de clonagem humana em detrimento do incentivo à originalidade, à criatividade, à forma mais elementar de ser ser humano que é ser ele mesmo e não igual a outro.

Estarei assim tão errada?!



quarta-feira, 23 de agosto de 2006

A Nossa Efemeridade

http://www.flybydan.com/acatalog/MAYFLIES1.jpg

«A efémera tem uma esperança de vida de apenas um dia. Mas será que isso a preocupa? Nem um bocadinho, porque ela preenche esse dia com as coisas que mais adora.
Se calhar, nós que vivemos tantos anos temos algo a aprender com isto.
Pense um segundo...se aproveitasse a vida como a efémera, já imaginou como seria?!
Viva o Momento...»1

Existem poucas coisas na vida que nos fazem parar e pensar...e respirar bem fundo...e meditar...e olhar em redor...e respirar bem fundo...e pensar... e respirar bem fundo...e mudar?!

Duas coisas possivelmente tão antagónicas quanto analógicas...a felicidade ou a tristeza.

A felicidade, transporta-nos por entre arco-íris reluzentes, cores que nos enchem a alma, que nos preenchem o coração... A felicidade pode transparecer num olhar, numa aura radiosa, num sorriso magnífico... A mesma felicidade que se consegue quando o sol nos acaricia a pele, ou quando vemos um pôr do sol... Quando recebemos uma surpresa, uma boa notícia... se reparássemos bem, a felicidade está ao virar da esquina. Esse sentimento de êxtase que arrebata e emerge de nós para o mundo, numa partilha total e contagiante que se propaga qual vírus misterioso e transparente, inocente e eficaz.

Por outro lado, a tristeza...vil e cruel, muitas vezes vista ao passar na rua, ao ver alguém com o olhar cabisbaixo, também anda por aí à solta. É esta que nos remete para a introspecção e meditação. Julgo mesmo que serão caminhos estranhos que o próprio Universo nos faz percorrer para compreendermos algo que, de outra forma, estando nós emersos em êxtase, deixamos passar...não olhamos os «sinais». Gosto disto. Gosto dos «sinais»...qual caminho antes trilhado que percorremos sem saber, com um mapa pré-traçado em busca de conhecimento previamente estabelecido num rumo que lixa o nosso diamante em bruto, numa busca de perfeição espiritual?!

É esta tristeza, tantas vezes experienciada, por tanta gente, que vai mudando o rumo do mundo...inspirando, expirando...depende do ponto de vista. Música, poemas, vidas...expostas a este sentimento, vivido ao máximo, expoente do eu mais interior, transposto em linhas que ficam para a prosperidade...

É este sentimento que nos remete para nós mesmos e para a nossa condição...de pequenos seres perdidos por entre milhares de milhões de estrelas num Universo infinito (ou não)...

Julgo que é a perda que mais nos faz meditar. Na minha [diria curta] vida, já passei por estas perdas...já vi muitos conhecidos, amigos, familiares... padecerem por coisas ridículas, seja acidentes de automóvel, de mota, doença, etc. não interessa. Jovens cuja vida foi ceifada tão cedo...e outra novamente esta semana...

E que me faz realmente pensar...

Nunca estaremos à espera...e na nossa juventude, esse pensamento de término (ou não...) raramente nos passa pela cabeça, possivelmente porque com a nossa idade sabemos que haverá sempre um novo dia amanhã... No entanto, quando algo assim nos arrebata caímos em nós. Percebemos a nossa própria efemeridade. E então, muitas vezes, das duas uma, ou vivemos ao máximo ou temos medo de viver...?!

O interessante e julgo que o mais importante encontra-se numa frase que me disseram: «o nosso corpo é como uma concha que aloja o nosso espírito. Que temos a obrigação de cuidar e nutrir para que este possa crescer...». Não vos faz algum sentido?! Temos uma responsabilidade para connosco próprios. Viver não significará (somente) a aventura ao máximo, o que levamos (possivelmente) desta vida é também um espírito nutrido, é isso que de mais valioso temos. Não será? Como o conseguimos...isso é mais difícil. Cada um tem que crer que a banalidade da vida não se resume a isso, à banalidade. Cada um tem que crer que crer é poder (não, não me enganei.). Cada um de nós tem que fazer essa tal introspecção, muitas vezes difícil, diariamente difícil, mas que no fundo também nos remete para uma evolução do próprio ser. Reflectir em nós é perceber o melhor e o pior que temos, e ninguém gosta de ervas daninhas na sua própria casa. Mas mudar é aquilo que para nós, seres humanos, também é mais difícil. Daí que, possivelmente, também tenhamos que aprender da pior forma. Muitas vezes só após cairmos nos conseguimos levantar, e com mais força...

Isto tudo porque... bem, realmente é difícil conceber a nossa delicadeza enquanto seres, a nossa pequenez, a nossa efemeridade no universo...e o facto de que temos tanto para fazer e aprender em tão pouco tempo. Devemos saborear ao máximo felicidade, vivê-la todos os dias, transmiti-la, acreditar nela, sonhar com ela! Pena é que muitas vezes sejamos obrigados a meditar na tristeza. Mais vale tirar uns pequenos minutos do nosso dia e aprender por nós mesmos... Afinal, para alguma coisa haveremos de andar por aqui...

Viver o momento...


1 - Anúncio da Vodafone. Para quem quiser ver mesmo o video por não se recordar pode clicar... http://www.youtube.com/watch?v=-jWOuIs5X6w

sábado, 19 de agosto de 2006

Bookcrossing



Nas férias todos temos (ou devíamos...) aqueles momentos de relaxamento em que, na praia, no campo, em casa, nos colocamos perante um livro para deixar fluir a imaginação, para nos actualizarmos à realidade, para romancearmos... os livros têm esse poder de nos levar para sítios longínquos, onde estamos nós e as letras, nós e nós mesmos...abstraídos do ruído que nos rodeia, da paisagem à nossa volta...
Foi também nas férias que me deparei com um artigo de algo que já tinha ouvido falar por alto... o Bookcrossing!
E o que é o Bookcrossing? «O Bookcrossing é um clube de livros global, que atravessa o tempo e o espaço. É um grupo de leitura que não conhece limites geográficos. Os seus membros gostam tanto de livros que não se importam de se separar deles, libertando-os, para que possam ser encontrados por outros.
O objectivo do Bookcrossing é transformar o mundo inteiro numa biblioteca.»
[http://www.bookcrossing-portugal.com/index.html]
Quando tive em Madrid, o Leigh, um australiano deu-me um livro que tinha acabado de ler...fiquei reticente, porque um livro é sempre uma coisa pessoal, nunca se sabe quando o podemos querer ler novamente...mas aceitei.
Ao deparar-me com este artigo relativo ao bookcrossing não pude deixar de relembrar aquele episódio. O bookcrossing será, então, quase como um caça ao tesouro global que envolve livros. Mas isto é tão importante quanto um real tesouro...largarmos por aí algo nosso que poderá regressar às nossas mãos ou não, ou pensar que poderá dar a volta ao mundo é fascinante! No site falam mesmo em destino! Curioso...e verdadeiro. Num determinado ponto da cidade, do país, do mundo...alguém poderá ler um livro que nos é querido, com o qual aprendemos algo e queremos partilhar, no qual fizemos algum tipo de comentário que poderá inspirar alguém...os livros têm esse poder! São eternos. As palavras, na sua efemeridade, ficam registadas, timbradas num pedaço de papel, que num determinado momento, num determinado ponto poderá fazer a diferença. Será, portanto, uma aventura a que os bookcrossers se propõem!
A quem tiver interesse aconselho:
Agora é só seguir a aventura...o destino...karma...o que lhe quiserem chamar. ;)
*Carpe Diem*

terça-feira, 1 de agosto de 2006

¡ B O A S * F É R I A S !

Não...não tem nada a ver com o Código daVinci! É apenas um bom presságio! Sim...se a Mona Lisa tem direito a usar os seus Prada por alguma razão é...deve estar de férias! Eu cá estou...e estou muito bem!!!

Há que aproveitar o sol que por aí anda, aproveitar finalmente a praia, os festivais de Verão, acampar por aí, e divertir muito é o que se quer! :)
Podia escrever um post filosófico porque o solinho até anima pa isso...podia escrever algo mais político porque os acontecimentos na cena internacional dos últimos tempos tentam a isso...mas... não me apetece! E peço desculpa pela preguicite aguda que me contagiou mas só penso em férias! Dia 3 ruma-se ao Alentejo...

... música...praia...sol...Verão...não fazer nada...comer mal...dormir pior...rir...memórias...recordações...
Por isso, nos próximos tempos não vou andar por aqui! Ainda assim, prometo desde já, que quando voltar, postarei coisas inteligentes, lúdicas, engraçadas e afins...há que pôr as baterias a funcionar...no entretanto vou carregá-las! lol
A quem por aqui passe...fiquem a saber que desejo a todos Tudo de Bom!! :)
Que tenham umas Excelentes Férias, que se divirtam!, que curtam a vida!, que sorriam muito!, que relaxem...Sejam Felizes!! :)