quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Small Things



Late at night as I was walking on the street I suddenly realise that the silence had company.

Looking around, I see the leaves dancing on the ground, chanting with the wind…


Contemplation…


Beauty is in every little thing…


Cláudia

8 Fevereiro 2007





quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Os Grandes Portugueses?

Quando, pela primeira vez, ouvi falar no programa julguei que seria mais um documentário sobre algumas das figuras emblemáticas da nossa história. Sim, um pouco de História não faz mal a ninguém, sobretudo em Portugal.
No entanto, quando me apercebi do conceito, de que os portugueses iriam votar para eleger "Os Grandes Portugueses", achei que algo não estava bem. Ainda assim, foi coisa que me passou ao lado. Passo a explicar porquê.
Considero que a ideia até poderia ser engraçada. De facto, Portugal é um país com nove séculos de História, sendo esta edificada com os muitos ingredientes que existem, nomeadamente, culturais, linguísticos, políticos, etc.
Contudo, a ideia peca pelo facto de que, um programa desta envergadura, colocar todos os grandes portugueses no mesmo saco como se a sua importância fosse idêntica, nem se percebendo em que moldes foram escolhidos. Neste caso podemos exemplificar com determinados futebolistas ou mesmo pseudo-actores morangóides colocados em conjunto com poetas, políticos, músicos ou reis. Isto para mim não faz qualquer sentido!!
Depois olhamos para os 10 primeiros, e eu pergunto-me...quem sou eu para determinar quem é O Grande Português? Quem somos nós, incultos, para avaliar a época, os acontecimentos, a personalidade de cada Português, e determinar primeiros, segundos, terceiros ou décimos lugares??? É esta sociedade morangóide, futebulóide, floribelalóide que vai escolher??? EU tenho medo...a sério que tenho medo do que vai sair deste programa! Sim façam todos os documentários que entenderem sobre os 10 primeiros que, mesmo assim, acho que não vai chegar para esclarecer a mente dos nossos portugueses.
Recomendo ainda que visitem http://jp-prometheus.blogspot.com/2007/02/os-minsculos-portugueses.html. E como J. muito bem escreve, teria uma certa "piada" ver Salazar ganhar e, este país, poder finalmente perceber a fraca democracia em que se apoia e questionar-se relativamente ao tipo de futuro pretende criar.
Vivas ao nosso belo cantinho à beira-mar plantado....

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

"Warning"

A Kiss To Send Us Off (live) - Incubus

Podia dizer tanta coisa... meter 1001 músicas deles...pensar em cada palavra, sentir cada vibração...

Falta exactamente um mês mas o bilhete já cá canta....

Countdown!!!

5 de Março de 2007

Pavilhão Atlântico

Vemo-nos por lá!!! =)

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Ok. Do you want something simple?



«Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.

O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.

O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.

O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.»
Elogio ao Amor [Miguel Esteves Cardoso - Expresso]