segunda-feira, 21 de julho de 2008

O 'estado' da Nação III

Algo de estranho se passa aqui no País das Maravilhas.

Por vezes sinto-me como uma Alice que comeu cogumelos alucinogénicos! Entre sonho ou pesadelo, tendo para o pesadelo. Uma Quinta e uma Fonte. Tiros. Comunidades.

O conceito de Justiça, aliás como previsto no Princípio da Igualdade - Artigo 13º, da Constituição da República Portuguesa, refere no seu ponto 1 que “Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei”.

No ponto 2 lê-se – Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.”

Ser cidadão implica direitos e deveres. E parto, igualmente, do principio que somos todos Iguais perante a Lei. Que esta existe para cumprir e que existe uma Justiça de olhos vendados para não fazer qualquer tipo de distinções.

Julgo que a integração é algo que não se faz apenas com decretos-lei se não existir vontade da parte dos que se devem integrar. Um exemplo, as ‘comunidades’ de imigrantes de leste que vêm para ter trabalho, melhores condições de vida que não encontram nos seus países. Falam um português perfeito (ou quase), tentam (na medida do possível) integrar-se neste e com este país. Fazem (ou tentam) uma vida 'normal' [havendo claros casos de insucesso, como em tudo...]. Muitos com qualificações excessivas para os míseros trabalhos que se submetem fazer (e cujas validações de qualificações custam os olhos da cara!)!

Mas na dita não-distinção faço uma distinção. Os últimos dias em todo o lado se menciona ‘comunidades’ rivais geram luta entre si. No entanto, estas ‘comunidades’ que se fala, se não estou em erro, são já portugueses. Então questiono por que se fala em ‘comunidades’ e não em portugueses. Questiono a razão pela qual não vejo o mínimo de interesse em ‘integração’, mas em rejeição da dita sociedade e valores da mesma.

O Estado serve para proteger os seus cidadãos (falhou! deveria ter estado atento e evitado aquele circo!), para ajudar ao nível económico e social (com melhores ou menores condições foram cedidas casas para habitação) e pelo que tenho depreendido apenas quatro famílias necessitarão de uma outra casa devido aos vandalismos (assim sendo, quem são os arguidos?!).

Então que raio estão não sei quantas famílias a fazer em frente à Câmara de Loures?

… Que eu saiba só é coitadinho quem se faz passar por coitadinho!...

Vão-me desculpar mas, no meu entender, não se pode admitir que, sendo facultadas condições, se façam exigências desta natureza! Que se ameace a administração interna com manifestações se não foram cedidas novas casas?! Alguém me corrija e me indique a luz… e me diga o que têm feito para além de pedir?!...

Por amor ao País das Maravilhas, deixem-se de cogumelos!!!

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Arte!


Olivia Palito (@ Museu Efémero)

Arte.

O que é Arte? Existirá alguma definição? Algum consenso?

Nasce. Transforma-se. Evolui. Gosta-se. Admira-se. Odeia-se. Passa-se ao lado.

Arte tão diferente e variada. Tão distinta como peculiar. O mundo, vários mundos. Anseios. Alegrias. Medo. Fantasia. Imaginação. Criatividade. Do rolo à Digital. Da Escultura a Origami. De Canto Lírico a Hardcore. De Primeiros Rabiscos a Poesia. De Rabiscos a Televisão. De Preto e Branco a Internet. De Pinturas Rupestres a Graffiti. De Cartoons a Stencil. Arte.

Gosto de Arte(s)! Gosto. Gosto de Arte, dos Artistas. Gosto. Admiro!

Por 'graffiti' entendo (para mim!) uma obra realizada em rua (ou não) que, para além de manifestação de mensagem ou imagem provoca, num determinado espaço, uma explosão de cor. Aqui, incluo, 'obras de arte' que podemos ver um pouco por toda a cidade. Quem nunca olhou para os murais perto das Amoreiras. Quem nunca viu por aí faces, assinaturas, pensamentos, colocados em latas, transmitidos por micro-salpicos para uma qualquer parede? Quem nunca ouviu falar, mas que por certo conhece, a doçura de Maria Imaginário, por exemplo?!

(Fica um aviso, abomino os tags - 'assinaturas' (a preto, cores ou 'algo') - que considero vandanlismo, tal qual cães que urinam para marcar terreno!)

Gosto dos stencils espalhados por Lisboa. Gosto. Enchem espaços (muitas vezes já vandalizados...) com pormenores. Já pararam para os observar?

A Le Cool tinha, na sua edição de 17 Julho, publicidade ao Museu Efémero. Este despertou-me o interesse e, de facto, a arte aqui é efémera, pelo menos tanto quanto a emeferidade possa ser eterna.

Aqui vê-se o que pouca gente vê. Atenta-se nos pormenores mais em cima ou em baixo, atrás de algum caixote do lixo, nalguma portada...simplesmente algures, por aí perdidos. Dura o tempo que durar.

A Arte eterna ou efémera, arte!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Hoje é o Dia.

"Hoje é o dia."

É assim a publicidade da Nicola, com os seus "encontros perfeitos". E se não são perfeitos, são-no quase. E quem não os conhece? E quem nunca os viu e leu?
Ainda que não beba café, ou que raramente o faça, vou roubando os pacotinhos amarelos e castanhos que, com as suas frases, nos metem um sorriso na cara ou, porque não?!, nos dão que pensar.
Assim, aqui ficam alguns que gostei e que, ou no escritório ou em casa, lá vão colorindo espaços!

* "Um dia levo para casa um cão abandonado."

* " Um dia desato a cantar na rua."

* "Um dia faço uma tatuagem."

* "Um dia reúno os amigos para uma festa de arromba."

* "Um dia vou morar para a beira mar."

* "Um dia abro um negócio só meu."

* "Um dia ponho a mochila às costas e vou conhecer o mundo." [ =) ]

* "Um dia a minha vida vira um livro."

Considero-las todas. Concretizá-las-ia todas.

E vocês?

O que farão um dia? =)

quarta-feira, 16 de julho de 2008

O 'estado' da Nação II

Imagem Aqui

Ainda que o assunto possa estar desactualizado, não posso deixar de lhe fazer uma referência.


Verdade seja dita que Sócrates, no debate na AR sobre o ‘estado da Nação’, esteve particularmente bem. E vai continuar bem.


Acrescento, e cito - “(…) Perante esta direita arrogante mas sem orgulho, oca e desorientada porque vê cada vez mais distante o que considera seu direito divino: o poder - Sócrates poderá continuar a encenação do melodrama barato configurado no "socialismo moderno." – diz Baptista-Bastos [in Diário de Notícias on-line, 16/07/08].


Não posso deixar de concordar. Tendo em conta que vivemos em democracia, espero sempre demasiado dela. No entanto, temos uma esquerda a roçar a loucura, um Governo que implementa de livre vontade (umas vezes bem, outras por unilateralismo imposto), e uma direita que anda em busca do Santo Graal (e ainda não foi desta que o encontrou!).


Se há coisa que me chateia particularmente é não se olhar para o país como um todo e com um longo-prazo que tem de ser definido. Para mim, é mau que se mudem de Governos e se mudem todas as políticas implementadas (ou não se dê continuação a outras só porque as cores mudam), os amigos mudam, as pastas mudam, os nomes mudam, porque muda tudo mas fica tudo na mesma ou pior.


Verdade seja dita que esperava mais do PSD, esperava que se criasse oposição, que se trouxesse ar fresco para um país em crise, para uma juventude desamparada e sem nenhum interesse para a política.


Que país criamos assim?


Ando entusiasmada com as eleições americanas. Obama trouxe uma nova energia, e um novo acreditar, e move o povo.


O nosso [povo], por cá, bem se queixa mas não se move. Para lado nenhum. Mas como podemos? Já experimentamos laranjas e apodreceram, as rosas murcharam e não há mais ‘nada’ nesta salada ‘à portuguesa’… Há desânimo? Pois há! Mas não deveriam ser estes mesmos políticos a tentar mudar o destino das coisas? A puxar pelos populares? A criar um novo ímpeto de mudança? A bem ou a mal, Sócrates vai falando, e por mais que não diga nada, tem confiança nele próprio que, a bem ou mal, o torna carismático. A Manuela Leite…Ainda [bem] que tivesse havido coragem (e Parabéns!) por se ter eleito uma mulher, foi para mim um erro crasso de análise. Quem não tem ‘força’ para elevar o punho e puxar pelo seu partido como terá força para puxar um país?


Branco mais branco não há…

sexta-feira, 11 de julho de 2008

O 'estado' da Nação I

A definição que para mim tenho de Jornalismo constrói-se no facto de fazer parte das ciências sociais e humanas e ainda que não seja uma ciência exacta não deixa de encerrar critérios de ética, imparcialidade e informação. Jornalismo e Informação estão intrinsecamente ligados. Logo, o jornalista terá, portanto, um dever – informar.

Vi no dicionário, só para tirar dúvidas, a definição de informar, e cito “facto ou acontecimento que é levado ao conhecimento de alguém ou de um público através de palavras, sons ou imagens”. Pareceu-me bem e lógico.

No entanto, um mundo interligado e interdependente através de relações económicas, sociais e políticas – a aldeia global – como denominaria Marshall McLuhan, tem hoje um sentido muito mais complexo. Acrescento que num mundo globalizado, com vista ao lucro, a imparcialidade ou mesmo a exactidão das notícias é relegada para segundo plano. E ainda, a informação chega a quem a procura e não a quem a vê todos os dias na televisão ou jornais.

O meu professor de Teoria das Relações Internacionais disse uma frase que nunca mais esqueci, e ao pensar nela cada vez que leio um jornal, olho para a televisão ou ouço rádio, não posso deixar de pensar o quão mal informadas ficam as pessoas após absorverem o actual jornalismo.

“Quem quer que eu acredite nisto, aqui, agora e porquê?”

Por um lado, as pessoas não estão preocupadas em receber informação. Com crises, casas para pagar, gasolina para meter no carro, comida para dar aos filhos, falta de emprego, etc., penso que o mergulhar na imprensa cor-de-rosa, na vida dos outros e no suposto glamour do Jet Set remete-os para o Fantástico que não Vivem…

Por outro lado, temos os jornalistas, jornais, e afins a terem que se remeter a este jogo, para fazer face aos lucros. E estamos num ciclo vicioso.

Uma premissa mais se me permitem. Com a política actual que se faz, com a crise que se vive ou com a guerra fria que aí vem, não convém que as pessoas saibam tudo [ou mesmo alguma coisa...] sobre o que no mundo se passa. Não convém à política que os meios de comunicação exerçam o seu papel. Nem lhes é permitido quando estão intrinsecamente ligados à política [lembro-me por exemplo do que aconteceu com as presidenciais americanas ou mesmo a pressão exercida, em Portugal, actualmente, sobre os media].

Dai que tenhamos constantemente que pensar na frase acima citada, para nos lembrarmos que viver na ignorância não é o caminho. Assim, acreditar em tudo o que os jornais escrevem, ou os jornalistas falam pode muito bem contribuir para a implementação de práticas lobísticas ou mesmo, e talvez mais grave, para a diminuição do nosso cérebro!

Permitam-me mencionar alguns casos que me deixaram perplexa:

- o Metro hoje congratulava-se por ser líder nas leituras diárias. O que estranhei realmente foi o Meia Hora é o que menos se lê. E dei por mim a pensar que, na minha opinião, dos jornais gratuitos é mesmo o melhor. Das duas uma, ou não está disponível em muitos locais, ou dá demasiado trabalho ler Informação.

- o Público on-line de dia 8 de Julho anunciava os novos locais que passam a ser Património da Humanidade via UNESCO…o único problema é que trocaram as informações todas [leiam os comentários por favor!], e curiosamente a noticia deve ter chegado por cegonha porque nem autor tem…

- ontem ainda tentei ver o telejornal da SIC, qual não é o meu espanto que as notícias internacionais de relevo foram ditas tão depressa que mais me fez lembrar os anúncios nas rádios de bancos a mencionarem as taxas que os clientes não devem ouvir…mas o melhor foi quando após esta correria se deu seguimento a mais de meia hora aos 'casamentos e divórcios milionários'. Obrigada…

Terminando, e pedindo desculpa pela alarvidade de texto debitado, permitam-me ainda agradecer: aos jornais e jornaizinhos que hoje se fazem em Portugal, à Informação desinformada, aos conteúdos sem cara, ao avestruzianismo cor-de-rosa, por formar e desenformar aquilo que é o país em último no ranking europeu.

O que vale é que o mundo é demasiado grande para alguns de modo que se pode afogar mágoas nas poucas notícias de outros países em desgraça, para nos lembrarmos que amanhã é outro dia, que se pode seguir em frente e dizer mal de outra coisa porque há gente pior que nós.

Portugal dos Pequeninos…

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Tropa de Elite





Dezembro 2007 ..BOPE...era palavra de ordem...

Não sabia o que era, não fazia ideia. Ouvia falar. Ouvia que os brasileiros já tinham visto imensas vezes (ia em 15, última contagem). Sabem todas as deixas, cantam as músicas e levam todo o pessoal a descobrir este Brasil escondido tantas vezes descoberto, muitas vezes ignorado, mas sempre amado.

A música transporta-me. Nostalgia pura e dura. Nada mais que Índia. Não há cá Brasil. Há ruas de Delhi, viagem para Mumbai, chegada a Goa...e a música continua aos altos berros nas colunas que o Daniel coloca no telemóvel. =)


O filme...Goa e Brasil. Depois de uma noite de comes e bebes os meus muy queridos brasileirinhos convidam-me para com eles ver o 'famoso' filme (e o Walter ia para o seu 19º visionamento!). Lá nos juntamos todos em frente ao computador num pequeno colchão num terraço (aquilo a que chamámos 'quarto' lol) em Anjuna Beach (Goa - Índia). Colunas em volume alto. Ligadas as legendas em português (sim porque o calão é cerrado...) lá começou a aventura.


Gostei! Sobretudo da explicação e informação priveligiada que ia recebendo. Gostei das risadas cada vez que acertavam nas deixas dos 'palavrões', quando sabiam a próxima acção, o nome do protagonista, os acessórios que ia usar ou quando usavam do seu 'conhecimento prévio' para me preparar para o 'pior'![um bocadito violento,pronto!lol), gostei da realização de José Padilha, gostei da história contada crua e simplesmente, relatos de uma situação real. Solução? Dificil. Muito mesmo!

Gostei que o filme continuasse a ser visto vezes e vezes sem conta em Jaipur, qual legado BOPEano... =)

O que vos digo, é que vale a pena!

Todos ao cinema!=)

domingo, 6 de julho de 2008

Nneka...




"And now the world is asleep", mas os olhos começam a abrir para a Descoberta de uma nova Estrela neste Universo de Constelações Musicais. Nneka de seu nome. Nigeriana. Com um som entre o Hip Hop/Soul/Reggae, pode muito bem tornar-se uma nova Lauryn Hill.
Com dois albúns editados, "Victim of Truth" e "No Longer at Ease", é este último que tem chamado mais a atenção, talvez devido à fraca publicidade do primeiro.
Boas Notícias? Segundo o Blitz, Nneka vai estar presente no Sudoeste 2008.
Eu cá recomendo que se ouça "Heartbeat".
A Energia desta Música é contangiante e para ser ouvida em volume ALTO!!! =D