«29-07-2009 9:15:00
Pintos "Technicolor"
Podia ser um anúncio sobre as potencialidades de cor de um qualquer sistema audiovisual daqueles que fazem saltar as imagens do ecrã, de tão coloridos que são. Mas não é um anúncio. Estes pintos foram pintados, um a um para serem vendidos como animais de estimação num mercado de manila, nas Filipinas. Custam 8 cêntimos. Fotografia: Cheryl Ravelo/Reuters» in Fotos @ Público
1 comentário:
Quando eu era miúdo ofereceram-nos, a mim e ao meu irmão, um pintaínho azul: era um pintaínho como os outros, fofinho, mas que, enfim, embora se passeasse com a sua penugem celestial, não fazia mais do que fazem os pintaínhos todos. Passados assim uns dias, umas semanas, já não tenho a noção, o pintaínho cresceu, entrou na muda da pena e faz-se um frango arisco e feioso como os frangos costumam ser, já sem sombra de azul nas penas que iam nascendo em vez da penugem.
Como fazia... como dizer? ...uns necessários assim por toda a casa, a Avó convenceu-nos que ele ficava melhor na capoeira, que tinha com quem brincar enquanto nós estávamos na escola.
E um dia soubemos que tinha ido para casa da Tia Olívia «que tinha uma capoeira maior...»
Palerma como eu era, nem desconfiei do arroz de cabidela desse domingo.
Restou, durante muitos anos, um par de peninhas azuis, minúsculas, numa caixa de recordações, à mistura com um dente de leite mais ou menos anónimo e uma medalhinha de Nossa Senhora de Lourdes.
Um beijinho, Moonnoom.
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