quarta-feira, 11 de julho de 2007

Bordertown

Saí triste...com um sentimento de frustação profundo...

Bateu-me de uma forma tal que, de momentos assustadores, terminei com uma apatia quase total...

No fim houve silêncio...e segundos depois uma música com uma letra triste. Seria para ajudar a pensar? Seria para agir?

Senti necessidade de falar...mas para quê? Na verdade tinha sido praticamente tudo dito...falta apenas aquilo que sempre falta...a acção.

Senti-me novamente impotente...tudo é tão pouco...

Não posso deixar de pensar que, embrenhada na rotina diária é tão fácil esquecer... REWIND! ... É tão fácil não lembrar!...

Como pode não importar? Como pode ser relegado para a insignificância? Mas lá está... não lembrar remete para aquele momento em que o que interessa deixa de interessar, o que não se pensa não causa frustação, o que não se age não parece pouco...

No fim de escrever...em papel...parecia que não tinha sentido. Mas qual o sentido, se todo ele depende da divulgação? Talvez o pouco se torne muito...

MAS...

...na verdade o que realmente me frusta é que poderia ter começado de forma diferente? Teria ela feito a diferença?

Se eu começasse por dizer que....hmmmm...

...que os Direitos Humanos não passam de uma teoria (sem prática para muitos, com alguma para outros...) manchada de hipocrisia? Assinada por uns que a desrespeitam, violam, não cumprem ou ignoram? Onde a raça, o estatuto social ou o poder, podem fazer a diferença entre a vida e a morte? E que quem estiver do lado errado da balança...

-> Pergunto... Se tivesse começado por falar em Direitos Humanos, terias lido? Aliás... se viste Direitos Humanos pelo meio, vais ler?

Nós esquecemos diariamente que somos Humanos, que todos temos Direitos...e que devemos lutar por eles!

Há, contudo, um pequeno problema... os Direitos Humanos não dão dinheiro...dão dor de cabeça a muita gente...e as mentalidades não mudam enquanto os DH continuarem a "passar nos poucos segundos entre o Futebol e a Meterologia"!!!

Agradecimento à Amnistia Internacional, pelo seu trabalho de não deixar que situações como a do filme sejam deixadas no esquecimento...

Eu fui ver ontem a ante-estreia, e há muitas chamadas de atenção...

Vai estrear brevemente numa sala de cinema perto de vocês... mas não se esqueçam... não é Apenas um filme...Foi e É uma realidade Actual! Centenas (dados oficiais de uma polícia corrupta, mas as queixas de milhares de desaparecimentos não foram levados em conta...) de mulheres violadas, assassinadas, enterradas num deserto ou numa vala em massa...a Polícia não resolve os casos e o Governo não quer saber...

E então? Interessa?

Cidade sob Ameaça - AI

Amnestyusa.org/juarez

Petição ao Presidente Mexicano

Bordertown - AI

2 comentários:

Anónimo disse...

Fiquei com vontade de ver.

Parece ser o tipo de filme que nos abre a pestana para os problemas do mundo e é como uma chamada de atenção para o que nos rodeia.

Mas é tão fácil deixarmo-nos cair na apatia principalmente quando a acção não é imediata. Quando não sabemos se a nossa ajuda vai ou não chegar a quem realmente precisa.

In the end i guess you just have to keep struggling with your lazyness (mine) because what we do, even if it seems small, will matter.

tacci disse...

E, ao que parece, não é só no Mexico. Na Guatemala também. E, se calhar, em muitos outros países, da América Latina ou não.
Um abraço.