sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Desabafo 2

http://www.trekearth.com/gallery/Europe/Netherlands/photo444556.htm


Sou um anjo solitário...perdido por entre as estrelas...


Na vastidão deste mundo, procurei e não encontrei


Sem questão nem razão...


O sentimento é de que falhei...


Vasculhei entre as nuvens, pelos desertos e no rio que corre em mim


Passei pelo deserto em busca de meditação...


olhei o laranja da paisagem, o vermelho intenso, queria o calor do sol, o silêncio da areia sentido em cada grão.


Mas segui...


Parei a olhar o gelo e este tomou conta do meu ser...


o branco luzidio, a paz do nada,


o querer e não poder.


A dor que me infligem transcende-me!


Qual saco de boxe, dói em cada estalada...


Ainda tentei olhar em volta, disfarçar, não pensar.


Olhei o céu depois da euforia...queria mais,


não teria de pensar anestesiada com a música.


Não consegui.


Confrontada com o dilúvio percebi que o melhor era desabafar.


Parar. Há-de passar...


Será sempre assim, perguntei eu?


Como se a resposta fosse universal...


Tudo acontece por uma razão, mas essa razão parece estar mal...


Olhando em volta fico sem perceber a lógica


Olhando para trás, não consegui a magia


Olhando para a frente, na vastidão do incerto sinto o aperto tristonho...


Não são necessárias palavras,


É mais forte o sentido apurado interior, que não engana não


Que diz, segue em frente mas toma atenção!


Será que consigo olhar o céu sem ver as nuvens de trovoada?


Eu sei que cada passo faz parte de uma caminhada,


percorrido num espaço que, por mais mapeado, estudado, analisado,


consegue, num qualquer malabarismo universal,


traduzir-se na questão – é em falso ou não?


Com o desabafo...sentido, conseguido, expresso nestas linhas sei que,


quanto mais se procura menos se encontra.


Não tenho mapa, nem quero procurar.


Sou um anjo solitário, perdido por entre as estrelas...


Sentada no meu mundo, deixo-me estar.


Não quero mais...


Não me apetece -,


palavra em gozo que serve como conjunto de punhais


Deixa...é o jogo da vida [mas não se esquece].


Não quero mais...


Não me apetece!


*Cláudia*

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Muse em Concerto

Pensem em Coliseu...agora esqueçam o Coliseu...temos Campo Pequeno ao rubro!! O dobro do Coliseu mas quase com o mesmo espírito!

Com os bilhetes quase esgotados, as opções na altura não eram muitas e comprei bancada. Lá estava eu...sentada...à espera mesmo ao lado do palco. Olhei em volta e foi estranho ver as pessoas sentadas...e eu em êxtase, que saudades da plateiaaaaaa!lol Algo que me fez muita confusão, concertos não é para se ver sentado. Será escusado dizer que não estive sentada durante o concerto!! :)

Mas...Não tenho palavras!! ADOREI, do princípio ao fim...arrepiada em todas as canções, a vibrar com o público, aquela energia contagiante que adoro, que nos acorda todo o corpo e nos faz querer saltar, cantar e sentir livres!!

Soube a pouco, passou tão rápido! Venha o próximo! Estarei à espera!:)

sábado, 21 de outubro de 2006

Branco...

imagens que valem mais que mil palavras...há definições que falam melhor que nós...

* coração

de *coraco < Lat. cor

s. m.,

órgão muscular, agente principal da circulação do sangue;

a parte externa esquerda do peito, onde se sentem as pancadas do coração;

fig.,

afeição, amor, complexo de faculdades afectivas;

generosidade;

ânimo, coragem;

memória;

carácter, índole;

sentimento moral;

centro.

- de oiro: pessoa de grande sensibilidade;

confranger-se o -: afligir-se;

cair o - aos pés: apanhar um grande susto; ficar muito desiludido ou desenganado com uma notícia;

falar com o - nas mãos: ser franco;

fazer das tripas -: conformar-se;

falar ao -: comover, sensibilizar;

abrir o - a (alguém): revelar os sentimentos íntimos com lealdade.

* sensível

do Lat. sensibile

adj. 2 gén.,

que tem sensibilidade;

que tem sentidos;

que recebe facilmente as impressões ou sensações externas;

perceptível;

impressionável;

fig.,

compassivo;

doloroso;

pungente;

* dor

do Lat. dolore

s. f.,

sofrimento físico ou moral;

mágoa, aflição;

pesar;

dó;

condolência, piedade;

remorso;

* esperança

s. f.,

acto de esperar;

tendência do espírito para considerar como provável a realização do que se deseja;

a segunda das virtudes teologais;

o que se espera;

expectativa;

suposição;

probabilidade;


Eu ainda acredito na Primavera...


domingo, 15 de outubro de 2006

Porque hoje me apeteceu escrever...



Porque hoje apeteceu-me escrever...porque foi um momento que me fez escrever...

O dia foi curto.

Acordar tarde, aproveitar o resto do dia para ver uns filmes e comer bolinhos com a amiga. Mas, ao ir para casa, e olhar para aquele céu bastante cinzento com um toque de laranja das luzes da cidade e sentir a chuva cair de mansinho fez-me sorrir...porque o momento era perfeito. Porque eu estava em sintonia com o mundo...

A noite está bastante calma...é possível ouvir o simples gesto das árvores a balancear os seus ramos, e o vento ajuda criando uma bela melodia. Isto não é escrever por escrever, é um daqueles momentos em que tudo faz sentido...é a poesia da natureza que se manifesta nos poucos momentos em que nós não fazemos barulho. Aquele barulho que ensurdece toda a gente, que nos remete para longe do que é realmente importante...o nosso Ser.


A noite está de chuva miudinha que cai timidamente em pequenas gotas que metaforicamente poderia considerar uma limpeza à alma...foi isso que senti. Soube bem. E eu detesto chuva! Gosto da chuva quando estou em frente à lareira, a ouvir chover, a ver o céu iluminado pelos relâmpagos, a ver a força da natureza no seu espectáculo grandioso. Mas hoje...fez-me sorrir...foi um carinho...parece ridículo não é?! Mas enquanto caminhava pensei – “ficava aqui, sentada neste banco de jardim molhado, a sentir o vento que passa por mim ao de leve e me embala no meu caminho...o silêncio tem a sua música e o vento faz cantar as árvores num momento perfeito...”.

Porque será que não nos deixamos envolver mais vezes por estes momentos, ou porque será que os deixamos passar despercebidos? Às vezes é preciso tão pouco para nos sentirmos felizes...será assim tão difícil permitirmo-nos sentir, perceber o que isso significa para além do verbo?


«Poesia do Coração


A inteligência da cabeça não é inteligência nenhuma; é conhecimento. A inteligência do coração é a inteligência, a única inteligência que existe. (...)

A inteligência do coração cria poesia na sua vida, dá dança aos seus passos, faz da sua vida uma alegria, uma celebração, uma festividade, um riso. Dá-lhe sentido de humor. Torna-o capaz de amar, de partilhar. Essa é a verdadeira vida. A vida que é vivida com a cabeça é uma vida mecânica. Você torna-se num robô. (...)

A vida é do coração. A vida só pode crescer através do coração. É no solo do coração que cresce o amor, que cresce a vida, que cresce o espírito. (...)

Olhe à sua volta! As vidas das pessoas estão absolutamente envenenadas, envenenadas pela cabeça. Elas não conseguem sentir, já não são sensíveis, nada as entusiasma. O Sol levanta-se, mas nada amanhece nelas; elas olham para o Sol de olhos vazios. O céu fica cheio de estrelas – a maravilha, o mistério! -, mas nada se agita nos seus corações, não surge nenhuma canção. Os pássaros cantam – o homem esqueceu-se de cantar. As nuvens aparecem no céu e os pavões dançam e o homem não sabe dançar. Ele tornou-se um aleijado. As árvores florescem – e o homem pensa, nunca sente, e sem sentir não há floração possível. (...)

A inteligência real é a do coração. Não é intelectual, é emocional. Não é como pensar, é como sentir. Não é lógica, é amor.» - Por Osho